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Drones Comerciais Mais Pedidos

MJPU Notícias
Uma frota de drones não substitui a necessidade dos caças F-16, nem fecham um espaço aéreo contra caças inimigos, mas são uma ferramenta auxiliar indispensável na realidade da guerra moderna. E para a infantaria são salva vidas.
 
Por esta altura já todos conhecemos os mais variados usos dos drones comerciais adquiridos para as tropas ucranianas. Ucranianos têm trabalhado na modificação e adaptação de drones desde a anexação da Crimeia pela Federação Russa em 2014. Substituem os soldados em operações de reconhecimento, são super precisos e conseguem ser difíceis de detetar. Aumentam a moral dos soldados ucranianos ao mesmo tempo que provocam medo nas tropas russas.
 
Os Autel Evo 2 e DJI Mavic 3 são drones comerciais chineses, e neste momento o Mavic 3 é o mais popular do mundo no meio amador e de entusiastas. Oferece uma boa qualidade-preço com uma alargada distribuição do mercado. Ambas as marcas são as mais pedidas pelos soldados ucranianos, de momento, embora venham com exigências mais caras com visão noturna e térmica.
 
Os drones comerciais são muito mais baratos que os drones militares. Os drones militares são mais especializados e robustos, com encriptação resistente a ataques eletrónicos, no entanto não existem as condições para os aplicar em massa e com o volume necessário no terreno. A sua perda também dói mais na carteira do lado do consumidor final – Ministério da Defesa -, quer do lado da produção de chips e restantes materiais estratégicos. Assim os drones comerciais são muito mais atraentes para grupos com pouco dinheiro, e são mais fáceis de obter.
 
Desde Fevereiro de 2022 que o Ministério da Defesa Ucraniano fez o apelo nas redes sociais para as pessoas doarem os seus drones. No último trimestre do mesmo ano o exército ucraniano tinha nas suas mãos mais de 6000 drones comerciais. Custam pouco mais de dois mil euros, e quando usados para largar explosivos causam um prejuízo de centenas de milhares em equipamento russo. Quem tiver mais drones, mais olhos tem no céu.
 
Têm algumas desvantagens: a esperança média de vida ronda os seis voos nos drones de asas fixas; nos de quatro ventoinhas ronda os três voos. A sua autonomia é de 30-45 minutos antes de mudar de bateria e percorre apenas 8km.Se detetado, um atirador pode facilmente destruí-lo com um tiro a partir do solo.
 
As vantagens estão muito mais visíveis e com resultados partilhados por toda a internet. Drones têm sistemas de vídeo que são úteis para ver onde estão as forças inimigas, e ainda ajudam a detetar a posição de alvos para ataques de artilharia com precisão. Um operador a filmar com um drone consegue detetar um tanque e marcar manualmente a sua localização no Kropyva, uma app ucraniana que partilha essa localização com toda a bateria de artilharia na área. O que levava dezenas de minutos para reagir, foi reduzido para apenas dois [Fonte: The Economist].
 
Unidades de artilharia Russa, nos seis primeiros meses de guerra, tinham os seus próprios drones em vez de usarem os estacionados na base. Conseguiam atacar alvos dentro de cinco minutos logo após os detetarem. As unidades sem drones levam cerca de meia hora para o fazer, e com menos precisão. Ucranianos equilibram assim as suas capacidades. Um bombardeamento de precisão junto com programas e ferramentas como apps e drones poupam por volta de 15-30% em munições. Do ponto de vista logístico, alivia as forças ucranianas e oferece-lhes vantagens no tempo de reação e precisão.
 
Hoje os ucranianos chegam a perder cerca de dez mil drones num só mês. Metade são perdidos por ataques eletrónicos, quando os russos bloqueiam o controle dos sinais usados para voar remotamente o drone; ou bloqueiam a ligação necessária para enviar dados. Isto força as tropas ucranianas a obterem fisicamente os dados que não passaram.
 
No entanto drones que tenham o seu sinal bloqueado conseguem ainda captar imagens no terreno que podem ser obtidos posteriormente, e aí comparar imagens com um mapa físico existente. Algoritmos modernos e poder computacional conseguem fazê-lo com mais precisão e a baixo custo. O GPS é complementado com sinais de satélites de comunicações em órbita baixa (como Starlink) e até com navegação pelo campo magnético [Fonte: The Economist].
 
Além de operações de reconhecimento e ataques de precisão a poucos metros de altura, os drones são adaptados também para operações de salvamento. Após a destruição da barragem de Kakhovka, a frota de drones entregava garrafas de água, medicação e barras de cereais pelo telhado a pessoas que aguardavam pelos barcos de salvamento. Uma situação inesperada mas que ilustra a versatilidade destes instrumentos.